Wednesday, May 31, 2006

Sobre fotografia
31/12/2000
Autor: BORIS KOSSOY
Editoria: MAIS!
Página: 3
Edição: Nacional
Dec 31, 2000
Seção: + 3 QUESTÕES
Legenda Foto: O fotógrafo Henri Cartier-Bresson em um museu de Paris
Crédito Foto: Associated Press - 7.jan.2000
Observações: COM SUB-RETRANCAS
Assuntos Principais: FOTOGRAFIA; ANÁLISE

+ 3 questões Sobre fotografia

1. Qual é o papel cultural da fotografia?
2. O que torna uma imagem fotográfica interessante?
3. Em que a evolução tecnológica influencia a prática da fotografia?

Boris Kossoy
Responde 1. É o seu poderio de informação e desinformação, sua capacidade de emocionar, denunciar e manipular. Instrumento ambíguo de conhecimento, exerce contínuo fascínio sobre os homens. Ao mesmo tempo em que preserva nossas lembranças, ela também se presta aos mais interesseiros usos ideológicos. As imagens estão diretamente relacionadas ao universo das mentalidades, e sua importância cultural reside nas intenções, usos e finalidades que permeiam sua produção e trajetória ao longo da história.

2.Toda fotografia tem atrás de si uma história. Se, enquanto documento, ela é um instrumento de fixação da memória e, nesse sentido, nos mostra como eram os objetos, os rostos, as ruas, o mundo, ao mesmo tempo, enquanto representação, nos faz imaginar seus segredos implícitos, os enigmas que esconde, o não-manifesto, a ideologia do fotógrafo. Essa tensão perpétua que se estabelece entre o que vemos (segunda realidade) e o que imaginamos é o que julgo mais interessante nas imagens fotográficas.

3. Com as inovações tecnológicas surgidas no princípio dos anos 50 do século 19 - o negativo (à base de colódio sobre placas de vidro) e as cópias fotográficas (sobre papel albuminado) - o retrato de estúdio assistiria a um notável desenvolvimento. A partir da década de 1860, milhares de fotógrafos em todo o mundo prosperaram e milhões de retratados das diferentes classes sociais tiveram suas imagens perpetuadas. A fotografia tornava-se, enfim, acessível às multidões: democratizava-se a imagem do homem. Apenas um exemplo para que se perceba como a evolução tecnológica pode propiciar novas possibilidades estéticas que acabam influenciando a prática fotográfica e dando um sentido maior à própria função social da fotografia.
Boris Kossoy: é professor do departamento de jornalismo e editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP e autor de "Realidades e Ficções na Trama Fotográfica" (ed. Ateliê) e "Fotografia e História" (ed. Ática), entre outros.
Cristiano Mascaro é fotógrafo e autor dos livros, entre outros, "Luzes da Cidade" (ed. DBA) e "São Paulo" (ed. Senac), que inspirou exposição realizada recentemente no Sesc Pompéia, em SP.
Como confiar em fotografias

Autor: PETER BURKE
Editoria: MAIS!
Página: 13
Edição: Nacional
Feb 4, 2001
Seção: AUTORES
Legenda Foto: Imagem feita pelo fotógrafo norte-americano Lewis Hine (1874-1940)
Crédito Foto: Associated Press
Observações: COM CONTINUAÇÃO
Assuntos Principais: HISTÓRIA; DOCUMENTO; FOTOGRAFIA

Como confiar em fotografias
Peter Burke
O uso crescente de fotografias como fontes históricas pode enriquecer o conhecimento do passado desde que desenvolvamos técnicas de "crítica da fonte" semelhantes às usadas para avaliar depoimentos escritos.
Costumava-se dizer que "as câmeras não mentem". De fato, um dos motivos do entusiasmo pela fotografia na época de sua invenção foi exatamente a sua objetividade. No século 19 a fotografia era considerada o produto do "lápis da natureza", pois os próprios objetos deixam traços na chapa fotográfica quando ela é exposta à luz, sem outras intervenções da parte do fotógrafo.Desde aquela época, a objetividade da fotografia tem sido muito criticada. Lewis Hine, um norte-americano famoso por sua "fotografia social" de trabalhadores, imigrantes e cortiços, disse que, "embora as fotografias não possam mentir, os mentirosos podem fotografar". Mas a ilusão de ver o mundo diretamente quando se olha para fotografias _o "efeito realidade", como o chamou Roland Barthes (1915-1980)_ continua difícil de evitar. Esse efeito, parte do que Barthes chamou de "retórica da imagem", é explorado nas imagens de fatos recentes que aparecem nos jornais e na televisão e é particularmente vívido no caso de antigas fotos de ruas das cidades.Quando essas fotos são ampliadas, como no caso de algumas fotografias de São Paulo exibidas numa mostra na avenida Paulista alguns anos atrás ou como as fotos da cidade feitas por Claude Lévi-Strauss nos anos 30 e expostas há alguns meses, é difícil resistir à sensação de que estamos realmente parados no lugar onde o fotógrafo esteve e que podemos entrar na fotografia e caminhar pela rua no passado. Um dos motivos para a dificuldade de nos afastarmos desse efeito de realidade é sem dúvida a "cultura do instantâneo": nossa prática cotidiana de tirar fotografias da vida, registrando a história de nossa família e de amigos e também, é claro, moldando nossas lembranças dessa história.
Então por que não devemos confiar nos fotógrafos? Afinal, os tribunais consideram as fotos e os vídeos provas cabais de furto, assassinato ou violência policial (como no notório caso em Los Angeles alguns anos atrás).
O escritor francês Paul Valéry (1871-1945) sugeriu que nossos próprios critérios de veracidade histórica passaram a incluir a pergunta: "Poderia tal fato, assim como é narrado, ter sido fotografado?". Ele não teria ficado surpreso ao saber que os historiadores estão cada vez mais conscientes de que as fotografias, pinturas, filmes e outras imagens podem ajudá-los em suas tentativas de reconstrução do passado.Por exemplo, um historiador norte-americano do Brasil, Robert Levine, publicou vários livros de fotografias com comentários sobre sua possível utilidade para escrever história social. Outros, como Robert Rosenstone, defendem a "escrita" da história por meio da realização de filmes, o que foi chamado de "historiofotia", substituindo ou se aliando à "historiografia".
Alguns estudiosos defendem com entusiasmo essa tendência, enquanto outros a rejeitam, alegando que a câmera não é confiável. Nesse debate, minha opinião é que o uso crescente de fotografias e outras imagens como fontes históricas pode enriquecer muito nosso conhecimento e nossa compreensão do passado, desde que possamos desenvolver técnicas de "crítica da fonte" semelhantes às que foram desenvolvidas há muito tempo para avaliar depoimentos escritos.Como já notou o crítico inglês John Ruskin no século 19, o depoimento de fotografias, assim como o de testemunhas no tribunal, "é muito útil se soubermos fazer um exame cruzado". Enquanto aguardamos a elaboração de uma crítica sistemática das evidências fotográficas e cinemáticas, vale a pena lembrar cinco pontos, não apenas aos historiadores, mas a qualquer pessoa tentada a ver nas fotografias registros precisos do passado.

1. Comecemos pelos casos mais extremos. Como sugeriu Hine, "os mentirosos podem fotografar". Eles podem retocar as fotos ou manipulá-las de outras maneiras - montagem, por exemplo - para enganar o observador.
Um caso famoso de manipulação é um filme feito pelos socialistas alemães que "mostra" o kaiser Guilherme conversando com Krupp, o maior fabricante de armas da época, para demonstrar a ligação entre o capitalismo e o militarismo alemão na época da Primeira Guerra Mundial.

2. Os fotógrafos que não desejam enganar os observadores podem entretanto desejar incentivá-los a assumir certas posições. Por exemplo, podem querer convencer o público a ver a guerra, ou uma determinada guerra, como gloriosa, enfatizando a coragem e as vitórias, ou terrível, mostrando crianças vietnamitas nuas fugindo de um ataque de napalm. Ou podem estar envolvidos num projeto de "conscientização" do público sobre determinados problemas sociais.O próprio Hine, como seus contemporâneos Dorothea Lange e Margaret Bourke-White, fez "fotografias sociais" como publicidade para campanhas de reforma social. Os três fotógrafos trabalharam para instituições que tentavam mudar a sociedade, como a Charity Organisation Society, o National Child Labour Committee e a California State Emergency Relief Administration. Daí a sua ênfase ou o seu "enfoque" nos acidentes de trabalho, na vida nos cortiços, no sofrimento das mães e nos olhos mortiços de crianças que trabalharam demais e comeram de menos.

3. Os fotógrafos que não desejam enganar os espectadores ou induzi-los a determinadas conclusões ainda podem intervir nas cenas sociais que desejam registrar, arranjando-as para que pareçam mais autênticas. Na Inglaterra vitoriana, um fotógrafo de crianças de rua contratou um menino para se vestir com farrapos e sujou seu rosto com fuligem para torná-lo mais "autêntico". Sabe-se que alguns fotojornalistas que chegaram a campos de batalha depois da remoção dos mortos pediram a soldados vivos que se deitassem e se fingissem de cadáveres, como no caso da mais famosa foto da batalha de Gettysburg, na Guerra Civil dos EUA. No mínimo, eles dizem às pessoas onde se colocar e se devem ou não fazer gestos.

4. Amadores e profissionais que não arranjam as cenas que fotografam também podem ser influenciados - consciente ou inconscientemente - por suas lembranças de outras fotografias ou mesmo de quadros, seja na escolha de temas ou de ângulos. Por exemplo, já se cogitou que as fotografias do século 19 dos engenhos do Recife são reminescentes dos quadros de Frans Post (1612-1680), enquanto as imagens da vida rural na Inglaterra do século 19 foram influenciadas por pinturas holandesas do século 17, muito populares entre a classe média vitoriana. Esses são apenas dois exemplos entre vários possíveis de como as imagens podem influenciar o modo como todos nós percebemos a realidade. Uma lembrança dessa influência é a palavra "pitoresco", originalmente empregada para significar que certas paisagens ou cenas da vida social eram tão bonitas ou interessantes quanto uma pintura. Ainda esperamos que o mundo real se assemelhe a determinadas fotografias, como as praias nos folhetos turísticos, sempre ensolaradas e limpas e nunca apinhadas de gente.

5. No caso dos chamados "documentários", precisamos de uma crítica da narrativa visual assim como das fotografias individuais, examinando por que o filme começou e terminou com determinadas imagens, por exemplo, e prestando atenção aos padrões de justaposição, repetições, contrastes e - não menos importantes - omissões.Para não sermos enganados por fotografias, sejam fixas ou móveis, precisamos - assim como no caso dos textos - prestar atenção à mensagem e ao remetente, perguntando quem está tentando nos dizer o quê e por que motivos. Numa sociedade como a nossa, saturada de imagens, as escolas poderiam dar uma grande contribuição à democracia e à responsabilidade cívica ensinando aos estudantes uma espécie de "crítica da imagem", revelando as técnicas das agências de publicidade e de fotojornalismo e as intenções das instituições que as contratam.

Peter Burke é historiador inglês, autor de "Variedades de História Cultural" (Ed. Civilização Brasileira) e "O Renascimento Italiano" (Ed. Nova Alexandria), entre outros.Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves.

Monday, April 10, 2006

Objetivos do curso:
Discutir a escrita da história da educação no Brasil, analisando as tendências históricas e atuais do campo. Refletir sobre fontes impressas e orais, interrogando-se a respeito de seus aspectos teórico-metodológicos específicos. Abordar a importância dos arquivos históricos e escolares para guarda, produção e socialização de acervos documentais.
Programação
Março:
Dia 15 (Aula 1)
Historiografia da educação brasileira: constituição histórica do campo e sua configuração atual

a) Apresentação dos alunos, das professoras, do curso e organização dos seminários.

b) A constituição histórica do campo
VIDAL, Diana G.; FARIA FILHO, Luciano M. História da educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Revista Brasileira de História, v. 23, n. 45, 2003, p. 37-70.

Bibliografia complementar:
CARVALHO, Marta M. C. A configuração da historiografia educacional brasileira. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto; Bragança Paulista: EDUSF, 1998, p. 329-353.
KUHLMANN JR., Moysés. Raízes da historiografia educacional brasileira (1881-1922). Cadernos de Pesquisa, n. 106, mar. 1999, p. 159-172.
MONARCHA, Carlos. História da educação brasileira: atos inaugurais. Horizontes, n. 14, 1996, p. 35-44.
WARDE, Mirian. “Contribuição da História para a Educação”. Em aberto, ano IX, n. 47, jul./set. 1990, p. 3-11.
WARDE, Mirian J.; CARVALHO, Marta M. C. Política e cultura na produção da história da educação no Brasil. Contemporaneidade e educação, ano V, n. 7, 1º sem. 2000, p. 9-33.

Dia 22 (Aula 2)Historiografia da educação brasileira: constituição histórica do campo e sua configuração atual

a) Tendências atuais
CATANI, Denice B.; FARIA FILHO, Luciano M. Um lugar de produção e a produção de um lugar: a história e a historiografia divulgadas no GT História da Educação da ANPEd (1985-2000). In: GONDRA, José Gonçalves (Org.) Pesquisa em História da Educação no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 85-112.
FARIA FILHO, Luciano M.; VIDAL, Diana G. História da educação no Brasil: a constituição histórica do campo e sua configuração atual. Educação em Foco, Juiz de Fora, v. 17, n. 2, 2003, p. 28-47.

Bibliografia complementar:
SAVIANI, Dermeval. História e historiografia da escola pública no Brasil: um olhar a partir da história das idéias pedagógicas. Conferência de abertura do VI Seminário HISTEBDR, Aracajú, mimeo, 2003, 8p.
WARDE, Mirian J. Historiografia da educação brasileira: mapa conceitual e metodológico (dos anos 1970 aos anos 1990). Revista do Mestrado em Educação, UFS, v. 6, fev./jun. 2003, p. 45-50.

b) A escrita da história da educação: objetos, fontes e arquivos
(Seminário de Texto 1)
NUNES, Clarice; CARVALHO, Marta M. C. Historiografia da educação e fontes. In: GONDRA, José Gonçalves (Org.) Pesquisa em História da Educação no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 17-62.

Bibliografia complementar:
VIDAL, Diana G. Cultura e prática escolares: uma reflexão sobre documentos e arquivos escolares. In: ZAIA, Iomar; MOREIRA, Maria C. Escola de Aplicação: o arquivo e a memória escolar. CDROM. São Paulo: FEUSP/FAPESP/Centro de Memória da Educação, 2004.
FARGE, Arlete. La atracción del archivo. Valência: Ediciones Alfons el Magnanim, 1991.

Dia 29 (Aula 3)A escrita da história da educação: objetos, fontes e arquivos (Seminário de Texto 2)
CERTEAU, M. A operação historiográfica. In: _____. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982, p. 65-119.

Bibliografia complementar:
LE GOFF, Jacques. História [O oficio do historiador; A história hoje]. In: _____ . História e memória. Lisboa: Edições 70, 2000, p. 100-140.
VIDAL, Diana G. Michel de Certeau e a difícil arte de fazer história das práticas. In:FARIA FILHO, Luciano M. (org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 257-284.

Abril:
Dia 6 - Semana Santa - (sem aulas)


Dia 12 (Aula 4)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas

a) Procedimentos metodológicos na análise dos documentos impressos, com ênfase nos textos oficiais. (Seminário de Texto 3 )
THOMPSON, E. P. Senhores & Caçadores: a origem da lei negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, introdução.
FARIA FILHO, Luciano M. Fazer história da educação com E. P. Thompson: trajetórias de um aprendizado. In: _____. (org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 239-256.Bibliografia complementar:FARIA FILHO, Luciano M. A legislação escolar como fonte para a história da educação: uma tentativa de interpretação. In: _____. (org.). Educação, modernidade e civilização. Belo Horizonte: Autêntica, 1998, p. 90-125.

Dia 19 (Aula 5)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas (Seminário de Texto 4)
a)fontes impressas como fontes e objetos de pesquisa
CUE, Alberto. Cultura escrita, literatura e história conversaciones con Roger Chartier. México, 1999, p. 19-69.
CHARTIER, Roger. As revoluções da leitura no ocidente. In: ABREU, Márcia (org.). Leitura, história e história da leitura. Campinas: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil; São Paulo: Fapesp, 1999, p. 19-31.

Bibliografia complementar:
GALVÃO, Ana Maria O. Cordel leitores e ouvintes [O leitor/ouvinte nas páginas dos folhetos: um estudo do impresso]. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 1-59.
CHARTIER, Roger (coord.). As utilizações do objecto impresso (séculos XV-XIX). Portugal: Difel, 1998, p. 9-21.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília: UNB, 1999, p.7-31.

Dia 26 (Aula 6)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas (Seminário de texto 5)
a) Análise das fontes impressas na sua materialidade em uma dupla dimensão, enfocando o discurso produzido a partir dos sentidos e deslocamentos provocados pelo ato da leitura, no qual a forma do impresso e a forma que o texto nele assume exercem uma função fundamental
CHARTIER, Roger. Do livro à leitura. In: CHARTIER, Roger (org). Práticas da leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 1996, p. 77-105.
FRADE, Isabel Cristina A. S. Revistas pedagógicas: qual a identidade do impresso? In: BATISTA, Antônio A. G.; GALVÃO, Ana Maria O. (orgs.). Leitura: práticas, impressos, letramentos. Belo Horizonte: Autêntica, 1999, p. 99-118.

Bibliografia complementar:
CARVALHO, Marta M. C. Uso do impresso nas estratégias católicas de conformação do campo doutrinário da pedagogia (1931-1935). Cadernos ANPEd, n. 7, dez. 1994, p. 41-60.

Maio
Dia 03 (Aula 7)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas
a) Alguns procedimentos metodológicos na análise dos documentos impressos: a imprensa pedagógica.
Apresentação da pesquisa “O impresso pedagógico como estratégia de formação e de conformação do campo pedagógico em Minas Gerais: Revista do Ensino 1925-1940”, pela Profa. Maurilane de Souza Biccas.

BICCAS, Maurilane de S. Impresso pedagógico como objeto e fonte para a História da Educação em Minas Gerais: Revista do Ensino (1925-1940). In.: MORAIS, Christiani; PORTES, Écio; ARRUDA, Maria Aparecida. História da Educação: ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p.71-106.
BICCAS, Maurilane de S.; CARVALHO, Marta M. C. Reforma escolar e práticas de leitura de professores: a Revista do Ensino. In: CARVALHO, Marta M. C.; VIDAL, Diana G. (orgs.). Biblioteca e formação docente: recursos de leitura. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 63-91.

Bibliografia complementar:
CATANI, Denice B.; SOUZA, Cynthia P. A geração de instrumentos de pesquisa em história da educação: estudos sobre revistas de ensino. In: VIDAL, Diana G.; HILSDORF, Maria Lúcia S. (orgs.). Brasil 500 Anos: tópicas em história da educação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001, p. 241-254.
NOVOA, António. A imprensa de educação e ensino. In: CATANI, Denice B., BASTOS, Maria Helena C. (orgs.). Educação em revista: a imprensa periódica e a história da educação. São Paulo: Escrituras, 1997.

Dia 10 (Aula 8)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas (Seminário de Texto 6)
a) Alguns procedimentos metodológicos na análise dos documentos impressos: jornais
SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In.:RÉMOND, René (Org.) Por uma história política. Ed. FGV.
CUE, Alberto. Cultura escrita, literatura e história conversaciones con Roger Chartier. México, 1999, p. 157-191.

Bibliografia complementar:
ROMANCINI, Richard. História e Jornalismo: reflexões sobre campos de pesquisa. http://reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/17413/1/R0863-1.pdf - 15/03/2007
GRAZZIONTIN, Francine. Imprensa: considerações para seu uso como fonte histórica. Mimeo.

Dia 17 (Aula 9) Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas
(Seminário de Texto 7)
a) Alguns procedimentos metodológicos na análise dos documentos impressos: os livros didáticos

CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, v. 30, n. 3, set./dez. 2004, p. 549-566.
CHOPPIN, Alain. O historiador e o livro escolar. História da Educação, n. 11, abr. 2002, p. 5-24.
BITTENCOURT, Circe M. F. Autores e editores de compêndios e livros de leitura (1810-1910). Educação e Pesquisa, v. 30, n. 3, set./dez. 2004, p. 476-491.

Bibliografia complementar:
FERNANDES, Rogério; FILGUEIRAS, Margarida L. Opções pedagógicas e seleção de manuais escolares na região do Porto (sécs. XIX-XX). In.: MENEZES, Maria C. (org.). Educação, memória, história: possibilidades, leituras. Campinas: Mercado de Letras, 2004, p. 145-178.
SOARES, Magda. O livro didático como fonte para a história da leitura e da formação do professor-leitor. In.:MARINHO, Marildes. Ler e Navegar: espaços e percursos da leitura. Campinas: Mercado de Letras: ALB, 2001, p.31-76.
MACIEL, Francisca I. P.; FRADE, Isabel C. S. Cartilhas de alfabetização e nacionalismo. In.: PERES, Eliane; TAMBARA, Elomar (orgs.). Livros escolares e ensino da leitura e da escrita no Brasil (séculos XIX-XX). Pelotas: Seiva, 2003, p. 27-51.

Dia 24 (Aula 10)Fontes impressas: questões teóricas e metodológicas (Seminário de Texto 8)
a) As imagens como fontes para a história da educação: questões teóricas e procedimentos metodológicos

DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico. Campinas: Papirus, 1993, p. 23-56.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem [Fotografias e imagens; Cultura material através de imagens; A história cultural das imagens]. Bauru, SP: EDUSC, 2004, p. 25-41; p. 99-125; p. 225-238.

Bibliografia complementar:
BURKE, Peter. Como confiar em fotografias. Folha de São Paulo. Mais! 4/02/2001, p. 13-14.
KOSSOY, Boris; CARNEIRO, Maria Luiza T. O olhar europeu: o negro na iconografia brasileira do século XIX. São Paulo: EDUSP, 2002, p. 173-191.
KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000, p. 25-60; p. 127-142.KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.35-50._____. + 3 questões sobre fotografia. Folha de São Paulo. Mais! 31/12/2000, p. 3.

Dia 31 (Aula 11)História Oral: Questões teóricas e metodológicas (Profa. Convidada Diana Vidal)

FERREIRA, Marieta de Moraes. Desafios e dilemas da história oral nos anos 90: o caso do Brasil. História oral, nr. 1, 1998, p. 19-30.
VIDAL, Diana G. De Heródoto ao gravador: histórias da história oral. Resgate, Campinas (1): 77-82, jun.1990.
a) Construção e transcrição das entrevistas:
ALBERTI, Verena. História oral. A experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1990, p.11-23.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo: Edições Loyola, 1996, p. 51-61.
THOMPSON, Paul. A voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992, cap. 3.

b) Quantitativo e qualitativo:
BERTAUX, Daniel. L'approche biographique. sa validité metodologique, ses potentialités". Cahiers Internationaux de Sociologie LXIX (27): 197-226, jui/dec. 1980.

c) Os sujeitos da história oral:
BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaína (org). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996, p. 183-192.
PORTELLI, Alessandro. O que faz a história oral diferente. Projeto história, nr. 14, fev. 1997, p. 25-39.

Junho
Dia 07 - Feriado - Corpus Chirsti

Dia 14 (Aula 12)Seminário de Pesquisa sobre Fontes Impressas e História da Educação. (Seminário de pesquisa 1)
Fechamento e avaliação final do curso feita pelos alunos (Maurilane)
Serão realizados um seminários de pesquisa sobre as temáticas abordadas durante o curso. Realizar um levantamento da produção em história da educação apresentada nos três Congressos Brasileiros de História da Educação.

Avaliação:
Seminários de texto (8) ou pesquisa (1) e trabalho final, articulando investigação individual e reflexões do curso.

São aproximadamente 25 alunos e 9 seminários. Podemos fazer duplas e trios, se possível privilegiar mestrandos com pelo menos um doutorando.